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#Resenha: A Revolução dos Bichos, de George Orwell

  • Foto do escritor: Tatiana Trindade
    Tatiana Trindade
  • 9 de out. de 2015
  • 3 min de leitura

"Todos os animais são iguais; mas alguns são mais iguais que os outros"

A obra de George Orwell, escrita em plena Segunda Guerra Mundial e tomada de uma simplicidade poética, esconde por trás dessa poesia uma crítica dura ao totalitarismo de Stálin. Orwell acreditava que a URSS não aplicava o socialismo real, o qual ele acreditava, e que era necessário abrir os olhos da camada dos trabalhadores proletariados com uma história simples, e que falasse por si só. Segundo ele “se a obra não falar por si só, significa que ela fracassou”. Estamos diante de uma fábula belíssima que atravessou os anos sem nunca perder o valor, e, principalmente, o cunho histórico a qual está atrelada.


Os animais da Granja do Solar estão infelizes. Passam fome, trabalham muito e decidem, com as últimos palavras do Major, o porco mais velho da Granja, a fazer uma Revolução e expulsar o senhor Jones, o fazendeiro. Após o êxito da expulsão, Napoleão e Bola-de-Neve começam a comandar os outros bichos, criando leis e cuidando da “ordem social”, fazendo-os trabalhar para tocar a fazenda sem o proprietário. Os bichos estão felizes agora, regidos pelo Animalismo; são livres e trabalham para seu próprio sustento, fazendo comemorações com a bandeira com um casco e um chifre cruzados (muito familiar, não?). Mas até que ponto essa felicidade durará com os porcos na liderança?

As alusões claras à Stálin como Napoleão e Trotski como Bola-de-neve são evidentes por si só, e o fato de serem porcos dá à obra um tom de ironia ainda maior. Numa época em que não se falava mal sobre a URSS, e a Inglaterra estava cega diante das atrocidades cometidas no país, fica fácil concluir que o livro foi difícil de circular. Antes de ser aprovado, quatro editoras recusaram publicar, uma por questões ideológicas e as outras três por motivos irrelevantes.


Vale ressaltar alguns pontos históricos ao qual o autor se remete, a saber: Revolução Russa, a alienação histórica e das pessoas com relação a Trotski (a começar por você: sabe quem foi? O que fazia? Pois é, Stálin fez questão que você não soubesse tão facilmente) e, principalmente, a conferência de Teerã, com a reunião de Stálin, Churchill e Roosevelt a qual, particularmente, acho a parte mais genial da obra e fez com que eu a colocasse nos meus favoritos.


A história é simples, mas é tão valiosa em tantos sentidos que ao menos simpatia o leitor terá para com Orwell, se não achá-lo genial. Posteriormente, no término da Segunda Guerra e no começo da Guerra Fria, a obra foi utilizada como um panfleto contra o comunismo, inclusive contra a vontade do próprio autor, que era adepto. É uma obra espetacular, que deveria ser lida por todos, não por causa da crítica ao totalitarismo, mas pelo que ela representa na história.

5 estrelas

P.S A versão que tive o prazer de ler possui o primeiro prefácio que ele escreveu, para os leitores ucranianos, e que diz muito do sentimento dele em relação ao momento histórico em que se encaixava.



P.S 2 No posfácio diz que Lênin não aparece na história, mas achei o Major tão com aspecto de Lênin que pra mim ele está na história, mesmo que indiretamente.

Essa postagem faz parte do projeto 501 grandes escritores

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Tatiana Trindade

Sagitariana, cozinheira, fotógrafa, empresária e de tudo um pouco. Tem 23 anos, mas ainda não sabe se casa ou compra uma bicicleta.

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