Que tipo de vida você está vivendo?
Chegar aos 18 anos de idade parece ser o pilar mais alto em que um adolescente almeja estar, e isso ocorre por mil razões: poder sair sem dar satisfação, poder comprar bebida sozinho, poder ter mais liberdade sem a repressão dos pais. Com 18 anos, ou pra quem é mais velho, aparentemente o céu é o limite: os adultos sabem de muita coisa da vida e depois disso, quando a gente se torna adulto também, imagina que será como uma epifania e todas as verdades da vida surgirão.
Para quem já chegou nessa etapa da vida e além, sabe que as coisas não funcionam bem assim e que nem tudo são contos de fadas. Antes dos 18 ouvimos "até os 18 anos você não tem liberdade de escolha!", mas, a partir deles, o discurso muda para "Enquanto você morar sob este teto, quem manda aqui sou eu". Então, desculpa estragar o sonho de quem ainda não chegou nessa fase, mas crescer é pior do que vocês imaginam. Quando se chega aos 18, os prazos se apertam para que você decida um futuro que nem você sabe ao certo qual será. Sair é caro, e precisa trabalhar pra adquirir e comprar coisas que os amigos têm, porque os pais ainda os bancam. Para sair de casa, mais dinheiro e aí a vida toda é movida ao capitalismo selvagem que nossos pais estavam tentando nos proteger para que pudessemos aproveitar ao máximo aquilo que eles não tiveram: descanso.
Se por cansaço você entende que é a escola que pede muitos trabalhos, que é a luta diária para estudar para o cursinho, você não sabe o que é o cansaço de verdade. De pessoas que não agregam, que fazem tudo para que você se sinta a pior pessoa do planeta e que puxam o tapete na primeira oportunidade que tiverem. Daquele esgotamento mental quando você faz tudo certo, mas seu chefe te pega por um erro banal. Por saber que você era o destaque na escola, mas não é o destaque na faculdade. Porque no fim a epifania não veio e você ainda se encontra meio perdido numa fase estranha em que não cresceu, mas cresceu mesmo assim e precisa encarar coisas de adulto.
Talvez o mundo não seja tão colorido como você pensava: tudo gira em torno do dinheiro, pessoas te decepcionam o tempo todo, as contas nunca diminuem e as olheiras aumentam. E quando vê, o relógio passa, mais um ano se vai e você, mais um ano, não soube o que aconteceu com aquela adolescência gostosa, com aquelas tarde entre amigos, em que o tempo parecia correr normalmente e não havia pressa. Parece que fica cada vez mais longe tudo o que um dia te fez feliz: seus amigos, suas tardes de sol, o vento soprando na cara numa tarde de outono.
Então faça hoje o que precisa fazer! Viva, sonhe, planeje, ame, sorria. Não deixe para amanhã aquela ligação para sua avó que mora longe de você. Não deixe passar aniversários de amigos queridos que o tempo não permite ver e principalmente: se importe com quem se importa com você, mas não adie essas coisas importantes que o coração nos avisa, mas muitas vezes esquecemos de fazer, ou adiamos. Talvez possa ser tarde demais para um "eu te amo", talvez possa ser tarde demais para um abraço, mas não deixe ser tarde demais para viver, do contrário você terá sido um coadjuvante da própria vida.
